Aumento da longevidade cria ‘nova categoria’ de pessoas

O prolongamento da expectativa de uma vida saudável criou uma nova categoria de pessoas com mais de 60 anos que se mantêm ativas. Como chamar essa nova etapa?

13/07/2017

Em que estágio de vida uma pessoa com mais de 65 anos está? Como chamaríamos esse período entre o fim da vida produtiva e a velhice? Dar um nome a essa fase talvez seja um exercício frívolo. Mas as etapas da vida são construções sociais, e a história mostra que as fases diferentes podem desencadear mudanças profundas na sociedade.

Antes de 1800, nenhum país do mundo tinha uma expectativa de vida média além de 40 anos. A partir de 1900, mais anos foram acrescentados à expectativa de vida do que em todo o período da história do ser humano, primeiro com a redução da mortalidade infantil e, em seguida, com novos hábitos e recursos da medicina que permitiram às pessoas ter uma vida mais longa. A longevidade é uma das grandes conquistas da humanidade.

No entanto, é vista como um dos grandes problemas da sociedade atual, em razão da crescente dependência do idoso em pessoas mais jovens. Até 2100, a proporção de pessoas com mais de 65 anos triplicará. À medida que o mundo envelhece e a força de trabalho diminui, as despesas com pensões e cuidados com a saúde aumentam. Ou pelo menos, esse é o raciocínio ortodoxo.

No entanto, essa é uma visão estereotipada de um idoso senil. Hoje, os anos adicionais são predominantemente saudáveis. Os cinco anos a mais de vida de um menino inglês nascido em 2015, em comparação com um nascido em 1990, serão saudáveis, de acordo com o Institute for Health Metrics and Evaluation, da Universidade de Washington. A ideia da aposentadoria como um fator de depressão e isolamento da sociedade não corresponde mais ao mundo atual.

Nos países desenvolvidos as pessoas com mais de 60 anos ainda são jovens de espírito e de físico. Elas querem trabalhar, mas com mais flexibilidade de horário. Além disso, gostam de consumir. Segundo a empresa de consultoria McKinsey, na Europa Ocidental as pessoas nessa faixa etária representarão 59% do crescimento do consumo nas cidades até 2030. Assim como os adolescentes na década de 1940, que criaram novos tipos de produtos e serviços, desde a meia soquete a um estilo musical que influenciou a venda de discos, os jovens idosos também poderão constituir um novo mercado promissor.

Fonte: Opinião & Notícia

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