Belíssima, majestosa, não resta dúvida! Conheça essa cidade catarinense.
Por Carlos Hertzog – Engenheiro e Consultor da ViaBrasil Invest
Uma cidade imponente. Na orla, em uma fileira de arranha-céus estão alguns dos maiores prédios do Brasil. No alto do morro um Cristo Luz de braços abertos a iluminar e abençoar a cidade.
Belíssima, majestosa, não resta dúvida!
Mas há uma situação que não podemos ignorar. O amontoado de prédios, lado a lado, esconde uma realidade um tanto cruel. Já no meio da tarde a sombra desses edifícios ocupa espaço na faixa de areia da praia. Em ruas estreitas, transformadas em verdadeiros túneis de vento, um grande número dos apartamentos não vêem a luz do sol.
Uma arquitetura megalomaníaca, onde não bastasse os atuais prédios de 35 a 40 andares com todos seus problemas, projeta e constrói prédios de até 80 andares. Os maiores da América Latina. Isso porque a legislação local não limita a altura dos prédios. O limite é a ganância financeira e imobiliária de alguns empresários do setor. Se ganhou muito dinheiro no mercado imobiliário com a valorização real dos imóveis nos últimos anos.
Apesar de tudo continua sendo um dos maiores destinos de turismo do Brasil. Além de estar próxima dos principais atrativos turísticos de Santa Catarina como Beto Carrero, Santa Paulina, Brusque, Blumenau, Pomerode, Itapema e Bombinhas, Balneário Camboriú é uma cidade charmosa, tem um comércio bastante diversificado, possui uma vida noturna intensa ao longo de todo ano.
Uma cidade que sempre teve no turismo sua principal fonte de renda. Sua população de 130 mil habitantes aumenta para 1.500.000 na temporada. Mas a praia, com seus 5 km de extensão, que era um paraíso natural está cada vez mais comprometida. Em vez do sol, uma triste e também assustadora sombra paira em seu lugar.
No período de alta temporada é quase impossível circular de carro pelas principais avenidas da cidade. Encontrar um lugar para estacionar o carro ou então armar um guarda sol na areia é um desafio. Isso sem contar com a possibilidade de faltar água e as vezes energia. E com aumento da proliferação de algas nas águas do mar e consequente cheiro ruim e águas sujas.
É visível a saturação. Em um espaço de 50 quilômetros quadrados esse crescimento desordenado começa a afastar não apenas os turistas, que tem melhores opções em outros lugares, como também os investidores que percebem que há um estrangulamento da capacidade de crescer. Que a estrutura da cidade não comporta esse desenfreado crescimento vertical.
Não adianta achar que um dia seremos uma Dubai. Não estamos no deserto construindo uma cidade do nada. Nossa estrutura e realidade são muito diferentes. Nossos edifícios são residenciais, diferentes de outras cidades que cresceram e crescem na vertical, onde os prédios são mais corporativos.
Dificultar a circulação de ônibus de turistas pela cidade cobrando 246 reais para entrada de um micro ônibus, por dia, apesar de uma medida antipática, ajuda com certeza. Menos ônibus e visitantes circulando pela cidade, certamente os problemas diminuirão. Quem sabe o segundo passo seja cobrar um pedágio de todo visitante!
Ironias a parte, o que é importante e precisamos refletir é na necessidade e nos impactos futuros da construção de prédios de 80 andares. A menos que algum estrategista, especializado em turismo e planejamento urbano, tenha tido uma visão que os arranha-céus de Balneário Camboriú se transformarão no principal atrativo da cidade.
IMPORTANTE: Caso você tenha planos de investir na compra de imóveis, a ViaBrasil Invest é uma empresa parceira do Brasil Sênior. Seus consultores estão a sua disposição para ajudá-lo a realizar o melhor investimento possível. Essa assessoria, independente da compra ser realizada ou não, não terá custo algum.
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