Projeto liderado pela Universidade de Coimbra desenvolve robô para auxiliar idosos em tarefas do dia-a-dia e dar o alerta, em caso de urgência
A conversa segue num ritmo fluido. "Como está", pergunta ele. "Estou bem, graças a Deus", responde ela. "O que tem feito?", continua ele. "Olha, venho para o centro de dia, como e pouco mais faço", explica ela. "E diverte-se aqui", questiona ele. "Divirto", conclui ela. "Pronto, ainda bem. Gostei muito de falar consigo, obrigado", remata ele. O diálogo entre Ambrósio e Isabel é breve mas não é um banal encontro de circunstância entre vizinhos: ele é um robô, um dos protótipos do projeto Grow Me Up, que estão a ser testados no Centro Rainha Santa Isabel, da Cáritas Diocesana de Coimbra, de que ela é utente.
Ambrósio (o nome foi escolhido pelos frequentadores do centro de dia) é uma das dez unidades de um projeto pioneiro de criação de robôs para acompanhar e auxiliar idosos no dia-a-dia - uma investigação liderada pelo Instituto de Sistemas e Robótica da Universidade de Coimbra, que está a ser desenvolvida em parceria com sete entidades internacionais, entre as quais se encontra a delegação conimbricense da Cáritas. A conversa entre a máquina e Maria Isabel Neto, de 79 anos, que tem em casa um robô idêntico a Ambrósio, é apenas um exemplo das potencialidades desta inovação, ainda em fase de testes, ajustes e melhoramentos. "O robô pode avisar as pessoas de que têm de tomar a medicação ou lembrá-las dos seus eventos ou de que vão receber amigos; tem alarmes que podem ser ativados, deteta quedas e identifica comportamentos. Por exemplo, se a pessoa não executar a rotina que tem planeada ou que executa normalmente, vai perguntar porquê e avisar o cuidador do que se está a passar", descreve Luís Santos, project manager e gestor técnico do projeto.
"O objetivo não é que o robô substitua as pessoas" no acompanhamento da terceira idade, frisa o investigador da Universidade de Coimbra. É antes que a máquina "apoie e permita que unidades como a Cáritas tenham uma otimização dos seus recursos, que sejam libertos para efetuar tarefas de maior urgência e a deixem tratar daquelas tarefas mais corriqueiras do dia-a-dia". "Em tempo algum o nosso objetivo é substituir o cuidado direto dos nossos colaboradores mas antes reforçar o acompanhamento dos utentes através destes meios tecnológicos. A ideia é permitir que tenham a certeza de que estão acompanhados numa situação de perigo ou que quando precisarem de contactar urgentemente alguém tenham canais facilitadores, sem precisarem do conhecimento de novas tecnologias para usá-los", acrescenta Pedro Balhau, diretor de recursos humanos da Cáritas Diocesana de Coimbra e responsável pela implementação de projetos tecnológicos na instituição.
Fonte: Diário de Notícias
A região deve gerar em 30 anos um amplo ecossistema de economia para idosos se quiser responder ao rápido enve...
Para especialista, sorte não depende apenas do acaso, mas de como pensamos e nos comportamos.
2 ótimas oportunidades para você!