“As pessoas vivem com crenças arraigadas, e a pior delas é achar que não merecem ser felizes”, diz médico
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), autocuidado é a capacidade de indivíduos, famílias e comunidades de promover e manter a saúde, prevenir doenças, mas também saber lidar com enfermidades e deficiências. Isso inclui fazer escolhas sensatas, como adotar um estilo de vida saudável, saber monitorar o próprio estado e ter o controle sobre doenças crônicas, por exemplo. E como fazer isso? O recém-lançado “Cuidar de si: uma busca interior da saúde total”, escrito pelo médico Mauricio Tatar e com texto final de Amelia Gonzalez, aponta o caminho. Em mais de três décadas de clínica, Tatar ampliou sua visão da medicina desde a formatura na Uerj, tornando-se homeopata, acupunturista, psico-oncologista e especialista em dor. Hoje, define-se como um médico de família, justamente porque sua abordagem é centrada na pessoa e no ambiente onde vive.
O médico Mauricio Tatar, autor de “Cuidar de si: uma busca interior da saúde total” — Foto: Divulgação
“Tive uma excelente formação na universidade, mas também assisti a situações nas quais pacientes eram apenas números, estatísticas, doenças. Por isso, saí em busca de alternativas e a acupuntura foi amor à primeira vista. Ouvi críticas com frequência: ‘está jogando o diploma fora’ era uma das mais comuns. As sociedades de medicina estabelecem protocolos que tentam encaixar todos num só tipo de tratamento, quando cada ser humano é único. O problema é que as pessoas delegam seu poder a terceiros. Estão sem autoestima e acham que se compra saúde na farmácia, mas não é ali que vão encontrá-la”, afirma.
No livro, Tatar ensina: saúde vem de dentro para fora. Há perguntas que cada um deve se fazer: estou bem? Estou me cuidando? Estou me respeitando? Ele enfatiza a importância de o médico escutar o paciente: “o pensamento, somado à voz, é a realidade de cada um. Não se pode olhar só o exame e ignorar a história daquele indivíduo”. Lembra que a medicina do Ocidente não incorpora os princípios da física quântica, que lida com a energia e não enxerga o corpo como uma máquina. “As pessoas nem se dão conta de que vivem com crenças arraigadas, e a pior delas é: ‘eu não mereço ser feliz’. Todos procuram afeto, mas é preciso começar com um olhar carinhoso para si mesmo”.
Diz que muitos fatores vão nos desequilibrando, mas ressalta: “o corpo tem sabedoria e busca o caminho da cura. O que precisamos fazer é ajudar esse corpo a restaurar o equilíbrio”. O médico vai além das recomendações de praxe sobre a necessidade de se alimentar bem, exercitar-se e dormir. “Nutrir-se é um ato comportamental. É como meditar, estar em contato consigo mesmo, ou seja, não é para comer enquanto se faz outra coisa”, explica. Sobre o estresse, escreve: “seu objetivo é alertar que está na hora de voltar ao coração e começar a se amar”. Tatar mantém o grupo “Simplesmente amor”, dedicado ao que chama de “boas conversas e pensamentos positivos” – as reuniões ocorrem on-line às terças-feiras. Apesar de ser impossível ficarmos imunes a perdas e tristezas, que fazem parte da vida, ensina que devemos ajudar o organismo: “esteja onde estiver, é possível mudar a cena e, assim, deixar que outros pensamentos tomem conta”.
Por Mariza Tavares G1
O estudo foi publicado na modalidade de acesso aberto no periódico Nature Communications.
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