A vida é bem melhor para quem agradece o que tem
Acordar, sair de cama e iniciar mais um dia com uma xícara de café quente (sem açúcar e forte, para acordar o espírito). O recomeço de quem é trabalhador, seja do lar ou de uma empresa, de quem está em tratamento médico ou é estudante, não importa – é uma nova oportunidade para seguir em frente.
Agradecer recomeços é mostrar para a vida quão valiosa ela é. Apesar de suas vicissitudes, em um dia comum recebemos mais bençãos do que problemas – nossos familiares estão vivos, nos amam, somos amados e temos saúde para conquistar nossos sonhos.
O mal do século é incolor, afunda o espírito em dor e desesperança. Nada mais faz sentido quando a depressão chega sutil, como uma erva daninha no jardim bem cuidado. Não há quem consiga agradecer o corpo perfeito, o (a) esposo (a), a mãe que acompanha ao psicólogo, o pai que incentiva sem julgar. O doce predileto vira alface ou objeto de desejo incontrolável. Amigos, que amigos? Amizade é com o quarto, a cama e o cobertor.
Nem sempre é fácil sair de um estado depressivo, acredite. Mas ver o sol nascer de novo com olhos esperançosos e ressignificar cada momento a partir de então é agradecer pelo passado que gerou aprendizado, pela dor que foi curada e deixou marcas profundas. Não sou mais o mesmo, mas sou melhor do que antes, pois usei de forças que não imaginava ter. O que sou não é o que permito que “façam a mim”, mas o que “faço por mim”. E a partir de então sou positivo ou negativo, persistente ou perdedor.
Ao enxergar a dor do meu semelhante e ter a percepção de que ela pode ser maior do que a minha, compreendi o quanto posso ser grato (a). Esse sentimento surge instantaneamente, como que um alívio – eu não estou só nesta jornada cheia de curvas tortuosas e com pura adrenalina que é a vida. Ademais, ir até quem sofre me coloca na posição de privilegiado, pois coloquei meu problema de lado e auxiliei. Pelo menos uma vez, todos choramos, nos decepcionamos, terminamos relações de amor eterno e somos vítimas e algozes. Se hoje me senti feliz, mesmo que por alguns minutos, posso dizer: OBRIGADO (A)!
Quando exerço a gratidão, demonstro que sou alegre com todos os meus defeitos e dilemas. Enquanto durmo em minha cama aconchegante, há quem tenha as estrelas de teto; quando caminho livremente pela calçada com meu cão, há quem esteja em um leito hospitalar clamando pela vista da janela. Se brigo com meus pais e peço perdão, por mais difícil que pareça, agradeço a presença deles e sigo mais leve, consequentemente, livre de amarras.
Agradecer é sentir descargas de endorfina e serotonina por meio dos pensamentos positivos perante as adversidades. Sabe bolo de chocolate, brigadeiro de panela? O prazer é quase o mesmo. E não engorda nem um grama!
Atraímos o que pensamos, e se pensarmos trevas, veremos a escuridão. Aquele que é grato valoriza os pormenores das atribulações e, com isso, conquista experiência e conhecimento. Não é ser o Mr. Thanks, se colocar no piloto automático ou ser papagaio – o valor está na intenção e no livre arbítrio.
Se está com vontade de telefonar para aquele amigo e dizer o quanto ele foi especial em algum dado momento, vá em frente. Se quiser mostrar ao mundo, avante. Não existe data, local e horário para falar e até gritar, se você quiser: obrigada (o) por hoje, grata (o) por estar em meu lar, obrigado(a) por meus filhos saudáveis, gratidão por mais um dia!
Todos temos algo a oferecer, ainda que na angústia. Da mesma forma, podemos receber sorrisos, conselhos, conversas longas e filosóficas, beijos e abraços. O reconhecimento surge do sentimento oriundo de pequeninas atitudes, o que nos leva a crer que todo aquele que possui a graça pelo que é e frui, vive repleto de amor e pura felicidade.
Paula Hammel
O estudo foi publicado na modalidade de acesso aberto no periódico Nature Communications.
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