A expectativa de vida do brasileiro aumentou e a contratação formal deles também
Por Aparecida Andrade
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na última sexta-feira, 1º de dezembro, a expectativa de vida dos brasileiros é hoje de 75,8 anos, um acréscimo de três meses e onze dias em relação a 2015. Em 76 anos, de 1940 a 2016, a expectativa aumentou em mais de 30 anos. Ainda de acordo com o IBGE, no último ano, o Brasil tinha 4,5 milhões de idosos empregados, configurando uma tendência geral de contratação e manutenção destes funcionários no quadro das empresas.
Indo na contramão do preconceito que por muitos anos assolou a categoria e os excluiu do mercado nos últimos anos, a contratação formal de idosos no mercado de trabalho é crescente. Para a coordenadora de Recursos Humanos Sheila Linck, a experiência profissional e pessoal dos colaboradores idosos tem sido valorizada. “São colaboradores que agregam à empresa e transmitirem confiança, além de estimular outros membros da equipe e trocam conhecimentos com os mais jovens”, avalia.
Para a sócia fundadora da Associação dos Idosos do Brasil (AIB) em Goiânia, Marli Fernandes de Assis, 66 anos, são muitos os fatores que levam os idosos a permanecerem no mercado de trabalho. Ela menciona que desde a necessidade de complementação da receita familiar à ideia de se sentirem úteis perante a sociedade. “O idoso quando fica em casa, à toa, logo começa a ver muitos defeitos e acaba que tanto a família quanto ele começam a reclamar da situação”, observa.
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A assistência aos idosos é garantida pela Organização das Nações Unidas (ONU), bem como sua integração e participação social, inclusive no que se refere à oportunidade de trabalho. Marli Assis explica que o próprio Estatuto do Idoso prevê o trabalho para a terceira idade. Com o intuito de proporcionar engajamento na associação para esse público, ela conta que foi realizada na instituição uma pesquisa pela Universidade Federal de Goiás (UFG) com os idosos da AIB.
O estudo constatou que a maioria dos idosos que passou pela pesquisa na associação deseja continuar trabalhando, desde que não tenha que trabalhar formalmente tendo que se submeter a horário de entrada e saída todos os dias. Para proporcionar essa interação na associação, existe o trabalho voluntário, em que os idosos ensinam uns aos outros voluntariamente.
“Eles dão aulas de crochê, bordado, pintura, tricô, pano de prato, cada um faz de um jeito. São trabalhos manuais que lhes geram renda ao venderem os produtos. Com esse dinheiro, eles aumentam a renda mensal podendo com isso adquirir bens ou até mesmo viajar”, esclarece Marli.
Especialistas pontuam que o receio de muitas empresas na contratação de idosos está relacionado ao fato de que este setor social não possui vigor suficiente para exercer funções. Entretanto, o cuidado básico necessário durante o turno de trabalho é o mesmo que deve haver com membros de qualquer faixa etária.
Além disso, a função cotidiana é importante para o envelhecimento saudável e ativo. “É essencial ressaltar que a inclusão dos idosos no mercado de trabalho é extremamente sadia, pois melhora sua autoestima e sua qualidade de vida. Existe a satisfação de sentir-se útil, e este ponto, sem dúvidas, contribui também para o contratante”.
Fonte: DM
O estudo foi publicado na modalidade de acesso aberto no periódico Nature Communications.
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