Habituada a costurar desde criança para toda a família, uma idosa do Distrito Federal decidiu se tornar uma empreendedora virtual.
Habituada a costurar desde criança para toda a família, uma idosa do Distrito Federal decidiu se tornar uma empreendedora virtual. A aposentada Rita Machado, de 69 anos, vende vestidos infantis, que demoram até dois dias para serem fabricados. Os preços variam entre R$ 40 e R$ 80. Toda a negociação é feita via Facebook ou WhatsApp. "Fico muito feliz fazendo o que amo. Considero uma missão", diz.
Rita nasceu em Tianguá, no interior do Ceará. Quando jovem, costurava para os 15 irmãos devido a origem humilde. O trabalho era feito à mão, com pequenos retalhos, agulha e linha. Atualmente ela mora em Sobradinho.
"Muitas vezes, passava a noite na casa de uma vizinha para poder usar a máquina de costura. Mesmo nova, já sabia que era completamente apaixonada por transformar tecidos em roupas."
Aos 17 anos, Rita teve uma surpresa. O pai, Raimundo de Lima, um líder comunitário na época, juntou as economias, saiu cedo de casa e voltou no fim da tarde com uma máquina de costura. A partir daí, o trabalho da cearense virou um sucesso pela região. Os vizinhos e as amigas a procuravam para encomendar vestidos, calças e camisas.
"Foi no dia 2 de outubro de 1963. Lembro da data até hoje. Sabe aquele dia mais feliz da vida? Quando vi aquela máquina, nem dormi direito. Fiz logo questão de marcar o dia na madeira de suporte do equipamento", lembra.
Mesmo com inúmeros pedidos, Rita diz que não deixava de fazer as roupas que os irmãos precisavam ainda quando crianças. "Toda costura era uma aprendizado, já que nunca tive uma oportunidade de fazer um curso específico da área."
Aos 19 anos, a mulher casou-se e veio para Brasília. Como teve que deixar a máquina de costura em Tianguá, o marido a presenteou com uma outra, alguns meses depois. Desde então, o serviço nunca foi deixado de lado.
No início deste ano, Rita decidiu parar com as encomendas do dia a dia. Ela optou por fazer o que realmente gostava e quando queria. Para encontrar o público certo da produções, investiu na internet.
"Era uma possibilidade de oferecer meu trabalho para mães jovens, que são conectadas, a vestirem suas princesinhas. A produção, as vendas e as entregas ficariam mais fáceis", explica.
Com a mudança, a aposentada faz os vestidos do jeito que sonha e vende os modelos prontos e exclusivos pela internet. "É uma nova fase na carreira. A minha página no Facebook, por exemplo, foi criada há três semanas. Todos os vestidos exclusivos da primeira remessa já foram vendidos. Porém, já trabalho nos próximos vestidos e alguns já estão prontos", comemora.
Ajuda
A nora, Luciene Gomes, de 30 anos, cuida de todos os procedimentos de internet, negociação, pagamentos e entrega com as mães via Facebook e WhatsApp. Já a neta, Verônica Machado, de 26 anos, ajuda na construção da logomarca e nos procedimentos administrativos e marketing digital.
"Minha avó sempre costurou roupa para mim. Eu era conhecida por vestidos lindos de princesa. Ela conta que, quando eu era bebê e ia à uma consulta médica, o médicos me pegavam no colo e sumiam para mostrar ao hospital inteiro como eu estava elegante. Era um prazer, para mim e para ela, ser a modelo das suas invenções", diz a neta Verônica.
Para a costureira, o trabalho é uma "terapia". Segundo ela, ver uma menina usando um vestido da marca "Dona Ritinha", faz todo o esforço valer a pena. "Fico muito feliz fazendo o que amo.É meu trabalho, minha missão deixar essas princesas ainda mais lindas."
O negócio, que ainda é novo, não aceita cartão de crédito e débito. O pagamento é feito à vista ou por transferência bancária.
Do G1 DF
Por Jéssica Nascimento
Continuar trabalhando. Quanto mais se vive o dia a dia da profissão mais conhecimento se adquire. É esse o ent...
Psicólogos defendem que o isolamento não precisa ser ameaçador para os idosos
Cientistas destacam que qualidade de vida é mais importante que longevidade