Longevidade: como se preparar para uma velhice saudável

Para chegar lá bem, é preciso construir uma vida regada de bons hábitos, dia após dia

01/05/2019

Envelhecer bem é um projeto de vida”, diz a geriatra Roberta França. Com uma frase tão curta, a médica resume uma das bases da qualidade de vida na terceira idade: para chegar lá bem, é preciso construir uma vida regada de bons hábitos, dia após dia.

Existem fatores controláveis – aqueles referentes aos hábitos do indivíduo – e incontroláveis, como genética. No entanto, para o cientista americano Dan Buettner, responsável por uma série de estudos sobre longevidade e autoridade no assunto, apenas 20% da longevidade média do ser humano pode ser atribuída à genética – os 80% restantes se devem ao estilo de vida e ao ambiente, afirmou em entrevista para a BBC.

Profissionais de saúde, por terem uma sobrecarga de horas de trabalho sempre sob muito estresse e cobrança, negligenciam suas saúdes. A melhor dica para manter uma rotina saudável é adicionar de forma progressiva hábitos saudáveis de vida no dia a dia e aprender a perceber quando é a hora de parar ou diminuir o ritmo”, aconselha Silvia Lagrotta, geriatra especialista em Medicina do Estilo de Vida.

A seguir, veja como adotar hábitos saudáveis fundamentais para quem deseja envelhecer bem.

 

1) Exercícios físicos

É de conhecimento da literatura científica que praticar atividades físicas previne diversas doenças, como hipertensão arterial, hipercolesterolemia, artrite, artrose – além de promover a perda de peso, colaborar com a saúde do coração, regulação do ciclo circadiano e auxílio contra transtornos de humor. “Praticar exercícios oxigena o cérebro, evitando processos de demências e perda de memória, ajuda no sono e promove bem-estar, elevando a autoestima”, diz França.

 

2) Alimentação

O que você coloca no prato tem papel primordial na longevidade e prevenção de diversas doenças. Alguns estudos analisaram as chamadas “zonas azuis” – termo cunhado por Buettner para as áreas com populações extremamente longevas, sendo elas a cidade de Loma Linda, na Califórnia (EUA), a ilha de Okinawa, no Japão, a ilha de Ikaria, na Grécia, Sardenha, na Itália, e a península de Nicoya, na Costa Rica.

O cientista observou que essas populações têm hábitos alimentares muito semelhantes, sendo que suas dietas consistem em alimentos pouco ou nada processados – a maioria dos alimentos que consomem vêm de plantas.

A alimentação de quem pretende envelhecer  bem deve ser baseada em frutas – pelo menos três porções ao dia –, legumes, vegetais, grãos, carboidratos saudáveis (integrais e raízes), pouca quantidade de proteína de origem animal e alimentos processados. Evite ao máximo ou até suspenda o consumo de embutidos”, orienta Lagrotta.

 

3) Check ups regulares

É por meio deles que, caso haja alguma alteração, o médico poderá tratá-la imediatamente – afinal, prevenção e detecção precoces são as maiores armas da medicina. “Uma dica importante é a auto-observação. Observar-se todos os dias traz nossa consciência para a saúde e para a regularidade de funcionamento do organismo. Qualquer alteração mínima que apareça, vai chamar a atenção”, orienta Lagrotta.

 

4) Saúde emocional

Um estudo publicado no periódico International Psychogeriatrics observou a saúde mental de 29 moradores de Cilento, na Itália – subregião conhecida pelos moradores com mais de 90 anos. Concluiu-se que, em comum, essas pessoas demonstraram traços de personalidade como otimismo, teimosia, positividade, um forte laço com família, religião, amor pelo ambiente onde vivem, resiliência, comprometimento e confiança em si mesmo, além de forte apoio social. Os pesquisadores determinaram a longevidade dessa população como “um equilíbrio entre aceitação e determinação de superar adversidades, além de uma atitude positiva (…) que dê propósito à vida.”

O isolamento social é o principal hábito a ser evitado. Este comportamento aumenta a chance de um indivíduo morrer precocemente em até 40%”, afirma Lagrotta.

 

5) Cuidados com o cérebro

Ele precisa estar em constante estimulação. Aprender novas habilidades, como artes, língua e mundo digital, cria conexões e ajuda a melhorar a memória. Mudar trajetos, fazer projetos e alimentar sonhos são coisas que nos fazem ter desejo de seguir”, defende França.

Por Equipe Conexão

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