Florianópolis é a segunda melhor cidade para se viver depois dos 60 anos, atrás apenas de Santos, SP.
Por SIMONE FELDMANN
Florianópolis é a segunda melhor cidade para se viver depois dos 60 anos, atrás apenas de Santos-SP. Já Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, ocupa a nona posição entre as cidades pequenas. O Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade (IDL), levantamento feito pelo Instituto de Longevidade Mongeral Aegon e a Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV/EAESP), leva em consideração diversos aspectos, desde termos econômicos, sociais, culturais até a estrutura da rede hospitalar.
A missão da pesquisa é apontar caminhos para que os brasileiros possam viver mais e melhor. O estudo foi realizado em 498 cidades organizadas em dois grupos: as grandes, representadas pelas 150 com maior população, e as pequenas, 348 municípios entre 50 mil e 100 mil habitantes. O ranking foi baseado em sete indicadores gerais: cuidados de saúde, cultura e engajamento, bem-estar, finanças, habitação, educação e trabalho.
Florianópolis obteve o melhor desempenho na dimensão finanças, com uma pequena parte da população classificada como baixa renda, já no quesito bem-estar, ficou entre as cidades com maior número de estabelecimentos para condicionamento físico.
A autonomia dos idosos com relação aos parentes também foi um ponto de destaque. Entre os aspectos que a cidade precisa melhorar, a pesquisa destaca o baixo número de usuários de planos de saúde e o índice elevado de diabetes e hipertensão. As taxas de suicídio também estão acima da média nacional.
A IMPORTÂNCIA DE SE MANTER ATIVO
A professora Giovana Mazo, coordenadora do Grupo de Estudos da Terceira Idade (Geti), da Udesc, acredita que Florianópolis está bem no ranking por conta, principalmente, do apoio ao idoso oferecido por instituições da cidade, como UFSC, Udesc, Sesc e a prefeitura. As atividades desenvolvidas nos grupos de estudo da terceira idade também são exemplos.
Giovana questiona o ponto negativo apontado pelo estudo, pois acredita que a baixa adesão das pessoas aos planos de saúde é uma consequência do bom atendimento prestado ao idoso nas unidades municipais.
O Geti, projeto de extensão Udesc que funciona há 28 anos, oferece 10 tipos de ações para idosos. São 350 vagas para aulas gratuitas de atividades como caminhada, hidroginástica, pilates e canto. Jorge Negri, 70, veio do Rio de Janeiro para Florianópolis há 35 anos para trabalhar como paisagista. Ele destaca a qualidade de vida, a natureza e as praias da cidade.
— Gosto muito daqui, especialmente do mar. Eu pego onda, pratico stand up paddle, voleibol, dou aulas de frescobol, faço trilhas. Meus filhos de 30 anos falam que eu sou louco, mas é porque eles não conseguem me acompanhar — conta com bom humor.
Salete Bernardes, 62 anos, concorda que Florianópolis seja uma ótima cidade para viver. Natural de Chapecó, ela mora na Capital desde os cinco anos e diz que não trocaria de cidade por nada. O máximo que fez foi sair da Ilha para o Continente. Ela começou a fazer atividades físicas por orientação médica, pois tinha dores nas costas e colesterol alto, mas hoje faz por prazer. Ano passado fez pilates, esse ano, alongamento e caminhada.
RIO DO SUL É EXEMPLO ENTRE AS MENORES
A cidade do Alto Vale do Itajaí está entre as 40, com população entre 50 mil e 100 mil, com maior distribuição de renda e apresenta número alto de psicólogos e enfermeiros, assim como grande número de estabelecimentos com atendimento ambulatorial.
No indicador financeiro, está entre as 10 cidades pequenas com maior nível de contribuição à previdência social e é umas das cinco cidades com a menor parcela da população classificada como de baixa renda.
Já nos pontos a serem melhorados, o estudo aponta o alto número de acidentes de trânsito com vítimas, a carência de condomínios residenciais para idosos e o nível de longevidade mediano.
Fonte: Diário Catarinense
Fotos: Marco Favero e Gilmar de Souza / Agencia RBS
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